Muitas palavras passam pela minha cabeça, quando penso em empreendedorismo feminino. Principalmente porque, para nós, este é um caminho duas vezes mais complicado, mais difícil e muito mais desafiador. Empreender, por si só, já não é fácil, é uma jornada tortuosa e incerta, onde o investimento pessoal, psicológico e emocional contam mais do que o investimento financeiro – e o mais assustador: não há garantias.
Apesar disso, dentre todas as dificuldades que cercam o nosso mundo corporativo só pelo fato de sermos mulheres, dez vezes eu escolheria empreender. E isso me remete também a todas as mulheres que pavimentaram este caminho antes de mim e que me mostraram que sim, é possível.
As mulheres líderes em empresas representam cerca de 33,6% do total, em um levantamento feito em 2020 pelo Sebrae, num cenário ainda pandêmico, até então. Este dado ainda representa uma queda (em 2019 eram 34,5%). Como um dos efeitos ruins da pandemia, perdemos neste período cerca de 1,3 milhões de empreendedoras à frente de seus negócios, e este dado nos mostra também como a realidade ainda é desigual, pois mesmo dentro de um cenário pandêmico o papel da mulher ainda se volta para dentro de casa, fazendo com que ela perca oportunidades.
Por isso se torna cada vez mais essencial o papel da mulher à frente de empresas, buscando oportunidades, mostrando que é possível e abrindo espaço para outras mulheres. Hoje na mídia há diversos exemplos de mulheres inspiradoras, que desafiaram suas realidades e estão fazendo o seu nome. A cantora Anitta é um dos nossos mais atuais e bem sucedidos exemplos: sua crescente carreira decorre de mais de 10 anos, fruto de um trabalho árduo, de uma mulher que veio do subúrbio, com poucas oportunidades mas com o objetivo de fazer acontecer.
Somos o fator fundamental no crescimento econômico inclusivo nas economias em desenvolvimento, em relatório divulgado em 2021 pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM), os dados apontam ainda que nos países de média e baixa renda, por exemplo, 17% das mulheres são empreendedoras e 35% aspiram a se tornar empreendedoras.
Mulher empreendedora, não desista! O caminho é árduo, mas vale o esforço. Cada vez mais estamos ocupando espaços, fazendo a diferença, gerando negócios e abrindo oportunidades a mais mulheres. Só assim será possível mudar, para melhor, o ambiente corporativo, tão engessado por anos.
Por: Andréia Rosa, jornalista, especialista em Marketing Digital pela Universidade Cândido Mendes e CEO da Foca na Rede.