São inúmeras as razões que levam alguém a se lançar no Empreendedorismo. Porém, uma coisa é certa: empreender não é mesmo para amadores, como dizem por aí. Dá trabalho, e muito!
Aqueles que decidem empreender, seja porque motivo for, não podem esperar por tempo bom e mar brando: o barquinho será remado, muito provavelmente, em meio à ondas quase sempre gigantes, rajadas de ventos nada amigáveis, que farão o barquinho rodopiar de vez em quando, e trovões, muitos trovões também, que sacudirão tudo… Isto, sem falar dos tubarões, claro.
Ser dono do próprio negócio – ou do próprio nariz, como também dizem por aí – é o sonho de muitos profissionais que veem, no Empreendedorismo, oportunidades que outros, às vezes, não veem. Por isso, o Empreendedor é aquele ser que pensa empreendedoramente. Ou seja, disruptivamente, pois ele, em sua busca por encontrar um lugar no mercado, rompe com padrões de comportamento já estabelecidos, e faz, de forma diferente, aquilo que muitos fazem igual, vendo nos desafios e riscos que vão surgindo durante a sua jornada, verdadeiras pérolas de aprendizado e amadurecimento, não desperdiçando nada – nem os erros.
Entretanto, o Empreendedor não nasce pronto, acabado, conhecedor de tudo. Ao optar por iniciar a sua jornada empreendedora, ele também está optando por desbravar um universo bem peculiar de conhecimentos e de funções, com o qual, inevitavelmente, ele terá de lidar, pois precisará entender de muita coisa para conseguir ser um Empreendedor minimamente capaz e motivado, e não apenas aquele que detém o domínio técnico/teórico de sua atividade. Por isso, todo Empreendedor precisa ter visão, e muito clara, do seu empreendimento e do que seja empreender, e estar sempre aberto para dialogar com outras áreas, incluindo aquelas que impulsionarão e agregarão valor ao seu negócio, como, por exemplo, gestão financeira, gestão de pessoas, marketing, vendas, negociação etc. (a lista é grande).
Porém, para começar um negócio, é aconselhável, dentre outras coisas, planejá-lo, mesmo que de maneira bem básica, para que as expectativas que se tem dele alinhem-se com os pilares que irão sustentá-lo. E é sobre isto que iremos conversar agora.
O que é planejar? É organizar algo. E o que é planejar um negócio? É organizá-lo, para que ele funcione, minimamente, da maneira programada. Ou seja, é estudar e estruturar, com antecedência, as diferentes etapas que envolvem a sua implementação.
E porque é aconselhável planejar um negócio? Porque ter uma ideia de negócio não basta para fazê-la dar certo – não garante o seu sucesso. É importante preparar-se para gerenciar um negócio, sabendo aplicar, por exemplo, as ferramentas certas, tendo as atividades principais em foco, objetivos e metas bem definidos, perfil de público-alvo bem traçado, panorama de mercado atualizado, fontes de receitas claras etc., pois todos esses elementos, e tantos outros mais, atuarão como marcadores que ajudarão a validar o negócio no mercado.
Não estamos acostumados a planejar nada – é verdade – e isto é uma falha em nossa formação, na minha modesta opinião. Até porque, planejar algo, e planejá-lo bem, não é fácil e demanda certo grau de dedicação e disposição. E o Empreendedor que se propuser a isto, deve estar ciente do trabalho que terá pela frente.
Na cultura em que vivemos hoje, da busca pelos resultados imediatos e dos desperdícios praticados com naturalidade, falar em planejamento de qualquer coisa pode causar um certo desconforto, porque parece desafiar padrões já estabelecidos e assimilados por quase todos. Afinal de contas, esta é a mentalidade em vigor: “aprender enquanto se faz”. E se alguém vê nisto algum benefício, tudo bem. Faça assim – ninguém está dizendo que dará errado.
Cabe, no entanto, ressaltar, aqui, que planejamentos não são perfeitos e nem infalíveis (não se deve esperar isto deles), pois eles precisarão ser ajustados à medida em que o negócio for evoluindo. Mas, então, para que servem os planejamentos? Essencialmente, para prevenir riscos e danos, ou atenuá-los. Economizar dinheiro e evitar desperdícios (de tudo, diga-se) também é uma maneira de se fazer a mesma leitura.
Bem, por ora, ficaremos por aqui. Mas encerraremos esta conversa com uma dica de reflexão, que pode valer à pena, dependendo do espaço que se dê a ela: é melhor lançar-se aos ventos… ou levar uma bússola?
Por: Aline Martins, advogada especializada em registro de marcas nacionais.
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